quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Descaradas Estampas - Vanda Ferreira

Sorriso matuto tatua
Vinca pele frugal
Carne facial
Roteiro de comunicação;

Na liberdade da nudez
Cisma o sol
Sangra e jorra
Descaradas estampas;

Veste-me a brancura
Cisma grafia de onça
Pinta jaguatirica.

Desconfiada espio
No rasgo celeste...

Inescrupulosidade estacione em mim.

Poesia Matuta - Vanda ferreira

Minha poesia é simples, matuta,
seivada de natureza, grama e capim;
Tingida de por-do-sol,
lua, grilos e cigarras;
É feita aos roncos de bugios
rasgando os Poesia matuta noturnos
em aloiradas madrugadas.
Minha poesia mostra o dia
trivialmente verde arvoral,
chova ou faça sol;
Soma invernos,
primaveras e verões,
para fazer a beleza outonal;
É o ponto de ruminação do entardecer,
junto ao gado no pasto
e às sábias galinhas empoleiradas
nos fortes braços dos ingazeiros.

EU PRODUZO
VOCÊ PRODUZ
NÓS PRODUZIMOS.
SOMOS, TODOS, PRODUTORES DE LIXO!
QUAL SERÁ SUA PRÓXIMA PRODUÇÃO?
QUAL O DESTINO DE SUA PRÓXIMA PRODUÇÃO????

Vanda Fereira Poeta del Mundo

http://www.poetasdelmundo.com:80/verInfo.asp?ID=3883

PÃO

Sovo pão nos departamentos bucais;
sede da língua
fome dos dentes,
linguagem do paladar
amassa-pão,
Celeste massa!

Boca cheia cria levedada fantasia
ejeta picância à saliva
para fermentar rodeios
invasões na varanda do pensamento.

Mastigo lembranças,
imagináveis emoções
estacionadas em desconhecida alvorada;

Divagações na avenida do crânio
trânsito livre
logro do esmo
idéias viajeiras para passado,
futuro, histórias, personagens,
pessoas e lugares ,
antiga e atual mente;

Na cumbuca cerebral
fornalha assa-pães.

como pão,
untado de especiarias matinais
Trituração de sal, fel, mel
Roça e curral.

Digestão libera verdades...
sangria de conclusão.