domingo, 19 de junho de 2011

Recado

Recado para você.


Eu quis escrever uma carta. Uma carta que falasse de meu apreço pela literatura; de meu respeito por todos os leitores de meus textos. Pensei em elaborar uma carta que publicasse um breve depoimento sobre a escritora que há em mim.

Lembrei, imediatamente, dos renomados escritores e de expertos críticos. E sabe o que aconteceu? Enxerguei-me tipo uma paisagem, qualquer paisagem, uma paisagem muito comum. Aquela que pode ser vista em qualquer esquina, em qualquer estrada, em qualquer parque, jardim ou afins. Onde se encontra flores desabrochadas, botões por se abrir, frutas saudáveis e podres. Onde se encontra, naturalmente, plantas jovens e idosas, passarinhos e terra.

Optei por enviar um recado!

Não procure defeitos em mim. Você encontrará tantos. Sou cheia de reticências. Pontos de exclamações em êxtases banais. Sou uma coleção de ocos, partes cruas, bem passadas e mal passadas. Inúmeros capítulos inacabados.

Um conjunto de terríveis medos (medo é o pior sentimento) que mapeiam alguns prazeres, tipo tirar cutículas das unhas dos pés. Tenho desejos loucos, ímpetos selvagens, por exemplo preservar a grossura da pele dos pés (não lixo meus pés) para suportar caminhadas com os pés descalços em terra vermelha.

Sou um sistema cardíaco em constante, plena e profunda paixão. Amo árvores secas, retas, tortas. Amo árvores decepadas, em pedaços de lenha. Extasio-me pelo grafismo de seus troncos. Amo a ímpar elegância dada pela mistura de cores neutras que vejo nas cascas que revestem as árvores.

Sou um álbum cheio de tabu. Imperfeições grifadas em escandalosos sorrisos. Uma tábua perfurada por diversas vezes, em vãs tentativas de alinhamento. Rebeldia desastrosa que provem num toldo de chita floral. Um tanto de desobediência, resistência pela mesmice. A porção de agressividade que choca, chacoalha, grita, chora e ri com desdem.

Um poço de alegria sem fim. Minando esperança verdinha, verdinha. E feito fonte luminosa, jorro, alheia aos olhares, exibindo eixo de harmonia entre o feio e o bonito, o luxo e o lixo, o palavrão e a palavrinha.

Você encontrará!! Defeitos, erros, e inadimplências em mim.

Tenho imensas alegrias (tipo criança na véspera de natal) por momentos simplórios. Oportunidades para ouvir o vento. Coisas que só se ouve em absoluto silêncio. E estudo, feito CDF, as menagens da lua.

Eu quis falar de um tanto de valentia da qual invisto e visto-me de coragem para assinar ilustre título de Escritora ao meu nome.

É, não escreverei a carta, pelo menos por enquanto não a escreverei. Outro dia quem sabe, a escritora que há mim o fará.

Vanda Ferreira

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Umidade genuina

Chuva lava saudade,
alivia ardências,
encharca desejos,
aduba alegria;

Ressoa telhado,
alquimia de barro,
bronze zumbindo em dedos d'água.

Chuva instala umidade,
inunda a fé no mar aos pés de pomares, jardins e hortas.

No coração da terra pulsa promessas,
sagra futuro,
raiar de plenitudes.

Amanhecerá farturas.

Vanda Ferreira

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Aprendiz do bem

Aprendi com meu pai coisas importantes. Por exemplo olhar e ouvir, ouvir e sentir. Aprendi artes: macerar com o coração, fundir meu sangue com o verde florestal; Aprendi comer com os olhos e degustar as delícias dos cheiros, e, então, desenvolvi lingua na testa, aflorada de paladar, para lamber paisagens. Aprendi com meu pai a leitura das tatuagens que mapeiam os troncos de velhas árvores e expus o coração revestindo-me os ossos para ouvir passarinhos.

Aprendi com meu pai que o mundo é gigante, seus olhos são o sol, sua boca leitos d'agua, compartilha vida e é exemplo de gratidão.

Caminhei cores, trilhas do arco-iris, e descobri o ouro naquele tacho do horizonte celeste. Aprendi com meu pai a pregação de veemente amor santificador de paz que processa respeito pela terra, cobiça sentimental pela harmonia. E, aprendiz do bem, ensinei ao meu pai que vale a pena ensinar o bem.


Vanda Ferreira

quarta-feira, 21 de julho de 2010

VÍDEO POÉTICO - por Roldão Aires e equipe

http://www.youtube.com/watch?v=QnikpPk3Wqo/

SERIEMA

Convite

Carinhoso convite a vc para acessar o Portal RAJ e usufruir do tudo de bom que tem por lá, em especial curtir os vídeos poéticos, lindíssimo, agradabílssimo trabalho de Roldão Aires e sua competente equipe: Copie e cole no navegar ou clique:




http://www.portalraj.com.br/artes/Poesias/videos/

segunda-feira, 10 de maio de 2010

BUGRA

Nasci no ambiente meio-entre-céu-e-terra.
Tenho pés de árvore e sigo o sol;
Escancarados olhos matutos,
Cérebro ventilado por cantares,
Pele tatuada em eternidade festiva de passarinhos.

Trabalho na roça de PAZ.

Vanda Ferreira

sábado, 8 de maio de 2010

À mamãe

(pag. 141 do livro Bugra Sarara/Vanda Ferreira/1992)

MÃE
És a senhora do exemplo,
revoas sem igual o meu ninho;
és a doçura do templo
que aloja o mais doce carinho.

És a legitima deusa
e meu coração seu altar,
ingênua dessa realeza
teu prazer é me endeusar.

MÃE
a tua exclusiva emoção
revela-se na lágrima benta
no sorriso do coração
que de felicidade se arrebenta.

MÃE
tens na face acampado,
fertilmente estampado,
um pujante rumor
que dispersa o puro amor.

terça-feira, 23 de março de 2010

Eleições na UBE/MS

Pedida intervenção da Justiça na UBE/MS
(Nota à Imprensa – 22/3/2010)

A Promotoria de Justiça recebeu denúncia sobre os fatos que andam ocorrendo na UBE/MS.

A escritora Vanda Ferreira anunciou que uma denúncia foi oferecida à Justiça em Campo Grande, na tarde do dia 19 último, pedindo intervenção junto à “União Brasileira de Escritores – UBE – Secção MS”.
“Diante do impasse no processo eleitoral para eleição da diretoria para o biênio 2010-2012, restou-nos, atendendo aos interesses da entidade, solicitar medidas saneadoras da Justiça, uma vez que houve até mesmo colocação, como concorrente da chapa “Amigos da literatura”, encabeçada pelo atual presidente da entidade, Samuel Xavier Medeiros, de respeitado nome de escritor que não houvera autorizado tal inclusão”, afirmou a escritora.

Informou, Vanda Ferreira, que as alegações dão conta da falta de comprovação da existência de filiados, já que a Lista de Associados não é apresentada pela Comissão Eleitoral, presidida pelo escritor Guimarães Rocha, apesar das insistentes solicitações por meios legais.

A denúncia pede que o MP intervenha para que se determine a correta realização das eleições, complementa a escritora que encabeça a chapa “União é sucesso”, nas eleições que têm votação prevista para o dia 27 deste mês.

Dentre os diversos documentos que foram juntados à denúncia, está a cópia da solicitação de impugnação da chapa “Amigos da Literatura”, formulada à Comissão Eleitoral da UBE/MS, por Vanda Ferreira.

sexta-feira, 5 de março de 2010

LIXO

Gosto de lisura...

Fluidez de água em rio de curso limpo.

Sujeira desvia suavidade,

recorta história,

extrai capítulos,

belamente escritos a céu aberto.

Lixo é coisa-feia do bicho homem.

Vanda Ferreira

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ao urro da garganta escancarada,
selvagemente expeli
do blogue estomacal
o ser mal ancorado em mim.
Vanda Ferreira

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

MANIFESTO

MANIFESTO 1º. ACAMPAMENTO DE POETAS DEL MUNDO “O GRITO DA TERRA -PRESERVAR PARA VIVER”

CAMPING DO CAFÉ DA BUGRA

CAMPO GRANDE, MS, BR.

Considerando a conquista milenar em que, há conhecimento de que os poetas são as molas propulsoras para eleger pensamentos mais realísticos diante da humanidade, manifestamos nesse 1º. Acampamento de Poetas Del Mundo na região rural de Campo Grande, MS, BR, a vontade de levar ao povo sul-mato-grossense, ao País e ao mundo a consciência global manifestada pela Paz, pelo Social e pelo Meio Ambiente.

Em obediência ao manifesto de nosso Secretário Geral Luiz Arias quando diz:

“Poeta do Mundo, una-se a essa batalha pela existência humana! Pela continuidade da vida!”, nossa colega poeta, cônsul do Em Torno Rural de Campo Grande, MS, Vanda Ferreira, com força e garra de mulher matuta consolidou esse 1º. Acampamento de Poetas Del Mundo – O grito da Terra - Preservar para Viver.

1. Diante dos cinco focos dos Poetas Del Mundo: O homem, o planeta, os direitos sociais, a solidariedade e a paz, reuniram-se poetas de cinco estados brasileiros, para seminário e debates nos dias 08, 09 e 10 de janeiro de 2010, compreendendo a unificação das raças que fazem parte de nosso país em primeira mão aos índios da região, os quais possuem uma cultura tão rica quanto às demais comunidades. Ficou proposto que se façam encontros nas aldeias em busca do índio poeta para integrar às fileiras dos Poetas Del Mundo.

2. Diante das atuais catástrofes ambientais manifestamos nossa solidariedade ao planeta estudando as espécies da flora e da fauna tão lindamente composta no Camping da Bugra. Ao tempo em se caminha para a tecnologia aplicada em todas as camadas da sociedade, nos propomos a ampliar o respeito, e a ternura para com a natureza, concordando que o belo é o simples e assim deve ser visto pela humanidade.

3. Ao seguirmos o item 3 do Manifesto dos Poetas Del Mundo “Ser poeta não significa escrever bonitas poesias, a poesia não é mero objeto de decoração. Temos que vive-la, temos que senti-la, temos que praticá-la.[...]”, apresentamos aos presentes o Seminário: Sinestesia e Literatura, no qual aprendemos a “sentir” a natureza, praticar o natural e escrever sobre o todo universal usando “todos” os sentidos, nos propondo a continuação desse exercício com estudos mais aprofundados e extensivos aos subsídios literários.


4. Declaramos e apoiamos encontros formando Roda de Prosa em todas as comunidades, em especial nas carentes do município levando as Leis Municipais, Estaduais e Federais à população, obtendo com isso uma maior integração moral e social na tentativa de uma compreensão maior daqueles que sofrem discriminação racial, ou de classe.

5. Aproveitando o item nº.9 do Manifesto Mundial dos Poetas Del Mundo onde declara que: “[...] nos declaramos pacifistas, mas não covardes, nem passivos. Antimilitaristas, mas de nenhuma maneira ingênuos, mesmo que sentimentalistas por natureza, porque na expressão artística, a tinta da escrita é o sangue de nossas almas [...]”, manifestamos e registramos a questão do lixo em nossas vidas e no planeta. O lixo deve ser observado como o entulho tanto físico quanto psíquico. A conscientização de onde colocar o nosso lixo se faz necessária e urgente. Dizemos “NÃO” à passividade.

6. Em palestra realizada pela poeta e cônsul Vanda Ferreira com o título: “Pé de Luxo” tomamos a consciência de que é urgente prepararmos facilitadores para a batalha diária contra os abusos e desmandos da modernidade do “tudo pode”.

7. Manifestamos, por fim, que estamos convictos sobre os nossos direitos e os nossos deveres enquanto cidadãos e cidadãs dispostos a desenvolver mediante à palavra falada, escrita, televisionada o manifesto proposto, bem assim como examinar e sugerir estratégias para que possamos integralizar nosso pensamento à toda humanidade.

8. Sugerimos o estabelecimento de ações reivindicatórias perante as autoridades locais, estaduais e federais para desempenho maior às entidades culturais que primem pela ordem, pela harmonia e pela paz, através de patrocínios, doações, investimentos fiscais, realização de projetos literários e sociais.

9. Apresentamos como guia o grito da Terra, a conscientização que devemos preservar para viver para podermos continuar com nossos propósitos de que o homem precisa respeitar o Planeta em que vive, para fazer uso de seus direitos sociais, entendo o bem que há na solidariedade em procura da Paz.

Delasnieve Daspet
Embaixadora para o Brasil de Poetas Del Mundo

Aida Domingos
Cônsul da Cidade de Campo Grande, MS

Vanda Ferreira – Realizadora do Evento
Cônsul do Em Torno Rural de Campo Grande,MS

Nena Sarti - Redatora
Cônsul da Região do Imbirussu, Campo Grande,MS

Poetas Del Mundo presentes e Convidados:

Delasnieve Daspet – Embaixadora para o Brasil e Sub-secretária para as Américas

Ainda Domingos – Cônsul da cidade de Campo Grande/MS

Vanda Ferreira – Cônsul do em torno rural de Campo Grande/ MS

Nena Sarti – Cônsul da região do Imbirussu, Campo Grande/MS

Sonia Medeiros Imamura – Cônsul da cidade de Búzios/RJ

Elaine Mello – Rio das Ostras/RJ

Nelson Viera – Campo Grande/MS

José Faria Nunes – Cônsul do Estado de Goiás

Zélia Balbina – Cônsul do Estado do Rio de Janeiro /RJ

Olga Fonseca – Cônsul de Londrina/PR

Reginaldo Sans – Campo Grande/MS

Sabrina Carvalho – São Paulo/SP

Diego Adrianne – Campo Grande/MS

Fernando Nogueira – Campo Grande/MS

Santo Sarti – Campo Grande/MS

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Acróstico "BUGRA SARARA" - contribuição de Venancio

B ugra, você adentrou em meu sonhos dourados
U ma, duas, três, ou mais vezes
G uarneceu de amor, paz e alegria,minha alma escura e fria
R evitalizou àquele coração cansado
A dormecido num profundo esquecimento e abandono

S onhei
A ssim como todos sonham
R i, chorei
A mei, desamei...felismente
R evivi prá vida, já quase esquecida
A lcancei a paz, em minha alma perdida

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

http://www.youtube.com/watch?v=hT44Wgx09-M

sábado, 30 de janeiro de 2010

1º vídeo da Bugra

Olá, divulgo o primeiro vídeo que produzi, no qual mostro imagens de mim.

http://www.youtube.com/watch?v=vr5TGsWMSdQ

Postei imagens aleatórias, nada especial sobre a Bugra.

Se puder veja, avalie, e divulgue se gostar.

Obrigada! Beijo de mim.

domingo, 15 de novembro de 2009

Luz de Sonho
(pag. 123 do livro Bugra Sarará/Vanda Ferreira/ 1992)

Fantasma da certeza
Vi-te em outra claridade
Em luz de sonho
Feita de mística ventura.

Vi-te no céu de silêncio
- infinitas ânsias caladas -
Uma carícia amorosa
Raiar da garganta.

Rusticidade gigante
Me acolhe
Apalpa-me os ombros
E sinta minha pele.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

POEMA DO MEIO-SÉCULO - Vanda Ferreira

Carne pirograficada
estilizado grafismo
pontua a pele
demarca as faces;

Par de profundas fendas
expressividade sentimental
contação auto-biográfica;

Rosto mapeado,
tatuado de versos,
linhas de particular história
cravadas em esculpida página-entre-parenteses;

Sinal lunar
resumo de quartos minguados
boca fechada fala:
Lê-se na brecha
das nesgas de marfim
(harmonizadas porcelanas).

Paladar experimenta versos salivados
esfregados no céu de particular mundo

sentimentos? É a carne quem os vive!

ROSA DOS VENTOS - Vanda Ferreira

Universalidade converge
Depura rosa-dos-ventos
Rumina amor em poesia

Olhos marejam
versos d'água
invisível chuva noturna
prova a grama na alvorada
O pranto da lua

Choro de alegria
fervilha vida no escuro
cantaria, danças
afinadas orquestras.

Silêncio é grado ao sol
guarda ofuscante
miscelânea do confuso
encrustação do calor
que guarda arco-íris.

GALERIA DE ARTE (pag. 45 do livro Matutações/Vanda Ferreira)

Meu tapete é o gramado
grande sala sem paredes,
galeria e arte onde assisto
espetáculos musicais,
romanes e documentários.

Duplo teto
feito de sol e lua.

Nuvens grávidas,
flutuantes desejos
explodem nos horizontes.

Olhos viajantes
perambulam cenários,
estacionam no sol.

Cortinas verdes
janelas e portas do terreiro,
descaso das cores
brechas de brancura
para refrescar a pele das plantas.

INVEJA e IRA (SETE PECADOS) - Vanda Ferreira

Há um tipo de lepra que come,
outra q bebe, outra que rasga;

Lepra que alfineta os roteiros de paz
funga a plantação de flores, mofa a fertilidade da terra.

Há o mal instalado em retorcido corpo
cunvulsivo de ira espionando o bem.

O mau sonda o bom
Portando em ambas mãos escancarado desejo de saquear;

Punhais, facões, tridentes;
rajadas sopradas de venenosas goelas
(labaredas de irises de incandescidos fornos)
tecem alastradas armadilhas
costuradas com perigosa linha de inveja,

lepra munida de sede, fome e outras incontidas ardências.
Quilométrica lingua cravada na garganta
de famintos vermes comendo vivas carnes;

Inveja lambe santas sangrias,
deposita venenos
para manter as alargadas chagas

Há tantos tipos de lepra...

ROTEIRO DA LIBERDADE - Vanda Ferreira

Ouço meu mar.
Inquietude vermelha,
trajetória de meu coração,
implode, explode
e tudo pode!

Surfar em pranchas de sonho,
navegar em barcos de matutice,
cruzar sinais de glamourosos navios
da lua repartida em meu céu.

O vento passeante,
andarilho em torno dos neurônios,
fala ao pensamento cardíaco.

Poema sinestésico - Vanda Ferreira

Som de passarinhos
é verde arvoral,
é raio de sol
hino de louvor à alvorada,
cantata de abertura para os cílio solares;

Música instrumental
é releitura humana;
poética parceria de coração e cérebro
sentimentais partituras escritas com lágrimas,
evidenciadas com sangue e sabores frugais.

o cantar humano é cenário,
construido de poderes,
produzido em campo sentimental
imaginário filme que retrata tempo,
marcos instituídos nos cinco sentidos.

Dores e alegrias,
sabores e aromas,
cores e texturas
comunhão de passado, presente e futuro
poemas de céu e terra multicores.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Descaradas Estampas - Vanda Ferreira

Sorriso matuto tatua
Vinca pele frugal
Carne facial
Roteiro de comunicação;

Na liberdade da nudez
Cisma o sol
Sangra e jorra
Descaradas estampas;

Veste-me a brancura
Cisma grafia de onça
Pinta jaguatirica.

Desconfiada espio
No rasgo celeste...

Inescrupulosidade estacione em mim.

Poesia Matuta - Vanda ferreira

Minha poesia é simples, matuta,
seivada de natureza, grama e capim;
Tingida de por-do-sol,
lua, grilos e cigarras;
É feita aos roncos de bugios
rasgando os Poesia matuta noturnos
em aloiradas madrugadas.
Minha poesia mostra o dia
trivialmente verde arvoral,
chova ou faça sol;
Soma invernos,
primaveras e verões,
para fazer a beleza outonal;
É o ponto de ruminação do entardecer,
junto ao gado no pasto
e às sábias galinhas empoleiradas
nos fortes braços dos ingazeiros.

EU PRODUZO
VOCÊ PRODUZ
NÓS PRODUZIMOS.
SOMOS, TODOS, PRODUTORES DE LIXO!
QUAL SERÁ SUA PRÓXIMA PRODUÇÃO?
QUAL O DESTINO DE SUA PRÓXIMA PRODUÇÃO????

Vanda Fereira Poeta del Mundo

http://www.poetasdelmundo.com:80/verInfo.asp?ID=3883

PÃO

Sovo pão nos departamentos bucais;
sede da língua
fome dos dentes,
linguagem do paladar
amassa-pão,
Celeste massa!

Boca cheia cria levedada fantasia
ejeta picância à saliva
para fermentar rodeios
invasões na varanda do pensamento.

Mastigo lembranças,
imagináveis emoções
estacionadas em desconhecida alvorada;

Divagações na avenida do crânio
trânsito livre
logro do esmo
idéias viajeiras para passado,
futuro, histórias, personagens,
pessoas e lugares ,
antiga e atual mente;

Na cumbuca cerebral
fornalha assa-pães.

como pão,
untado de especiarias matinais
Trituração de sal, fel, mel
Roça e curral.

Digestão libera verdades...
sangria de conclusão.