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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Umidade genuina

Chuva lava saudade,
alivia ardências,
encharca desejos,
aduba alegria;

Ressoa telhado,
alquimia de barro,
bronze zumbindo em dedos d'água.

Chuva instala umidade,
inunda a fé no mar aos pés de pomares, jardins e hortas.

No coração da terra pulsa promessas,
sagra futuro,
raiar de plenitudes.

Amanhecerá farturas.

Vanda Ferreira

terça-feira, 23 de março de 2010

Eleições na UBE/MS

Pedida intervenção da Justiça na UBE/MS
(Nota à Imprensa – 22/3/2010)

A Promotoria de Justiça recebeu denúncia sobre os fatos que andam ocorrendo na UBE/MS.

A escritora Vanda Ferreira anunciou que uma denúncia foi oferecida à Justiça em Campo Grande, na tarde do dia 19 último, pedindo intervenção junto à “União Brasileira de Escritores – UBE – Secção MS”.
“Diante do impasse no processo eleitoral para eleição da diretoria para o biênio 2010-2012, restou-nos, atendendo aos interesses da entidade, solicitar medidas saneadoras da Justiça, uma vez que houve até mesmo colocação, como concorrente da chapa “Amigos da literatura”, encabeçada pelo atual presidente da entidade, Samuel Xavier Medeiros, de respeitado nome de escritor que não houvera autorizado tal inclusão”, afirmou a escritora.

Informou, Vanda Ferreira, que as alegações dão conta da falta de comprovação da existência de filiados, já que a Lista de Associados não é apresentada pela Comissão Eleitoral, presidida pelo escritor Guimarães Rocha, apesar das insistentes solicitações por meios legais.

A denúncia pede que o MP intervenha para que se determine a correta realização das eleições, complementa a escritora que encabeça a chapa “União é sucesso”, nas eleições que têm votação prevista para o dia 27 deste mês.

Dentre os diversos documentos que foram juntados à denúncia, está a cópia da solicitação de impugnação da chapa “Amigos da Literatura”, formulada à Comissão Eleitoral da UBE/MS, por Vanda Ferreira.

sexta-feira, 5 de março de 2010

LIXO

Gosto de lisura...

Fluidez de água em rio de curso limpo.

Sujeira desvia suavidade,

recorta história,

extrai capítulos,

belamente escritos a céu aberto.

Lixo é coisa-feia do bicho homem.

Vanda Ferreira

domingo, 15 de novembro de 2009

Luz de Sonho
(pag. 123 do livro Bugra Sarará/Vanda Ferreira/ 1992)

Fantasma da certeza
Vi-te em outra claridade
Em luz de sonho
Feita de mística ventura.

Vi-te no céu de silêncio
- infinitas ânsias caladas -
Uma carícia amorosa
Raiar da garganta.

Rusticidade gigante
Me acolhe
Apalpa-me os ombros
E sinta minha pele.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

POEMA DO MEIO-SÉCULO - Vanda Ferreira

Carne pirograficada
estilizado grafismo
pontua a pele
demarca as faces;

Par de profundas fendas
expressividade sentimental
contação auto-biográfica;

Rosto mapeado,
tatuado de versos,
linhas de particular história
cravadas em esculpida página-entre-parenteses;

Sinal lunar
resumo de quartos minguados
boca fechada fala:
Lê-se na brecha
das nesgas de marfim
(harmonizadas porcelanas).

Paladar experimenta versos salivados
esfregados no céu de particular mundo

sentimentos? É a carne quem os vive!

ROSA DOS VENTOS - Vanda Ferreira

Universalidade converge
Depura rosa-dos-ventos
Rumina amor em poesia

Olhos marejam
versos d'água
invisível chuva noturna
prova a grama na alvorada
O pranto da lua

Choro de alegria
fervilha vida no escuro
cantaria, danças
afinadas orquestras.

Silêncio é grado ao sol
guarda ofuscante
miscelânea do confuso
encrustação do calor
que guarda arco-íris.

GALERIA DE ARTE (pag. 45 do livro Matutações/Vanda Ferreira)

Meu tapete é o gramado
grande sala sem paredes,
galeria e arte onde assisto
espetáculos musicais,
romanes e documentários.

Duplo teto
feito de sol e lua.

Nuvens grávidas,
flutuantes desejos
explodem nos horizontes.

Olhos viajantes
perambulam cenários,
estacionam no sol.

Cortinas verdes
janelas e portas do terreiro,
descaso das cores
brechas de brancura
para refrescar a pele das plantas.

INVEJA e IRA (SETE PECADOS) - Vanda Ferreira

Há um tipo de lepra que come,
outra q bebe, outra que rasga;

Lepra que alfineta os roteiros de paz
funga a plantação de flores, mofa a fertilidade da terra.

Há o mal instalado em retorcido corpo
cunvulsivo de ira espionando o bem.

O mau sonda o bom
Portando em ambas mãos escancarado desejo de saquear;

Punhais, facões, tridentes;
rajadas sopradas de venenosas goelas
(labaredas de irises de incandescidos fornos)
tecem alastradas armadilhas
costuradas com perigosa linha de inveja,

lepra munida de sede, fome e outras incontidas ardências.
Quilométrica lingua cravada na garganta
de famintos vermes comendo vivas carnes;

Inveja lambe santas sangrias,
deposita venenos
para manter as alargadas chagas

Há tantos tipos de lepra...

ROTEIRO DA LIBERDADE - Vanda Ferreira

Ouço meu mar.
Inquietude vermelha,
trajetória de meu coração,
implode, explode
e tudo pode!

Surfar em pranchas de sonho,
navegar em barcos de matutice,
cruzar sinais de glamourosos navios
da lua repartida em meu céu.

O vento passeante,
andarilho em torno dos neurônios,
fala ao pensamento cardíaco.

Poema sinestésico - Vanda Ferreira

Som de passarinhos
é verde arvoral,
é raio de sol
hino de louvor à alvorada,
cantata de abertura para os cílio solares;

Música instrumental
é releitura humana;
poética parceria de coração e cérebro
sentimentais partituras escritas com lágrimas,
evidenciadas com sangue e sabores frugais.

o cantar humano é cenário,
construido de poderes,
produzido em campo sentimental
imaginário filme que retrata tempo,
marcos instituídos nos cinco sentidos.

Dores e alegrias,
sabores e aromas,
cores e texturas
comunhão de passado, presente e futuro
poemas de céu e terra multicores.

EU PRODUZO
VOCÊ PRODUZ
NÓS PRODUZIMOS.
SOMOS, TODOS, PRODUTORES DE LIXO!
QUAL SERÁ SUA PRÓXIMA PRODUÇÃO?
QUAL O DESTINO DE SUA PRÓXIMA PRODUÇÃO????

Vanda Fereira Poeta del Mundo

http://www.poetasdelmundo.com:80/verInfo.asp?ID=3883

PÃO

Sovo pão nos departamentos bucais;
sede da língua
fome dos dentes,
linguagem do paladar
amassa-pão,
Celeste massa!

Boca cheia cria levedada fantasia
ejeta picância à saliva
para fermentar rodeios
invasões na varanda do pensamento.

Mastigo lembranças,
imagináveis emoções
estacionadas em desconhecida alvorada;

Divagações na avenida do crânio
trânsito livre
logro do esmo
idéias viajeiras para passado,
futuro, histórias, personagens,
pessoas e lugares ,
antiga e atual mente;

Na cumbuca cerebral
fornalha assa-pães.

como pão,
untado de especiarias matinais
Trituração de sal, fel, mel
Roça e curral.

Digestão libera verdades...
sangria de conclusão.