Carne pirograficada
estilizado grafismo
pontua a pele
demarca as faces;
Par de profundas fendas
expressividade sentimental
contação auto-biográfica;
Rosto mapeado,
tatuado de versos,
linhas de particular história
cravadas em esculpida página-entre-parenteses;
Sinal lunar
resumo de quartos minguados
boca fechada fala:
Lê-se na brecha
das nesgas de marfim
(harmonizadas porcelanas).
Paladar experimenta versos salivados
esfregados no céu de particular mundo
sentimentos? É a carne quem os vive!
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
POEMA DO MEIO-SÉCULO - Vanda Ferreira
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EU PRODUZO
VOCÊ PRODUZ
NÓS PRODUZIMOS.
SOMOS, TODOS, PRODUTORES DE LIXO!
QUAL SERÁ SUA PRÓXIMA PRODUÇÃO?
QUAL O DESTINO DE SUA PRÓXIMA PRODUÇÃO????Vanda Fereira Poeta del Mundo
http://www.poetasdelmundo.com:80/verInfo.asp?ID=3883
PÃO
Sovo pão nos departamentos bucais;
sede da língua
fome dos dentes,
linguagem do paladar
amassa-pão,
Celeste massa!
Boca cheia cria levedada fantasia
ejeta picância à saliva
para fermentar rodeios
invasões na varanda do pensamento.
Mastigo lembranças,
imagináveis emoções
estacionadas em desconhecida alvorada;
Divagações na avenida do crânio
trânsito livre
logro do esmo
idéias viajeiras para passado,
futuro, histórias, personagens,
pessoas e lugares ,
antiga e atual mente;
Na cumbuca cerebral
fornalha assa-pães.
como pão,
untado de especiarias matinais
Trituração de sal, fel, mel
Roça e curral.
Digestão libera verdades...
sangria de conclusão.
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