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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Umidade genuina

Chuva lava saudade,
alivia ardências,
encharca desejos,
aduba alegria;

Ressoa telhado,
alquimia de barro,
bronze zumbindo em dedos d'água.

Chuva instala umidade,
inunda a fé no mar aos pés de pomares, jardins e hortas.

No coração da terra pulsa promessas,
sagra futuro,
raiar de plenitudes.

Amanhecerá farturas.

Vanda Ferreira

sábado, 8 de maio de 2010

À mamãe

(pag. 141 do livro Bugra Sarara/Vanda Ferreira/1992)

MÃE
És a senhora do exemplo,
revoas sem igual o meu ninho;
és a doçura do templo
que aloja o mais doce carinho.

És a legitima deusa
e meu coração seu altar,
ingênua dessa realeza
teu prazer é me endeusar.

MÃE
a tua exclusiva emoção
revela-se na lágrima benta
no sorriso do coração
que de felicidade se arrebenta.

MÃE
tens na face acampado,
fertilmente estampado,
um pujante rumor
que dispersa o puro amor.

sexta-feira, 5 de março de 2010

LIXO

Gosto de lisura...

Fluidez de água em rio de curso limpo.

Sujeira desvia suavidade,

recorta história,

extrai capítulos,

belamente escritos a céu aberto.

Lixo é coisa-feia do bicho homem.

Vanda Ferreira

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Acróstico "BUGRA SARARA" - contribuição de Venancio

B ugra, você adentrou em meu sonhos dourados
U ma, duas, três, ou mais vezes
G uarneceu de amor, paz e alegria,minha alma escura e fria
R evitalizou àquele coração cansado
A dormecido num profundo esquecimento e abandono

S onhei
A ssim como todos sonham
R i, chorei
A mei, desamei...felismente
R evivi prá vida, já quase esquecida
A lcancei a paz, em minha alma perdida

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

POEMA DO MEIO-SÉCULO - Vanda Ferreira

Carne pirograficada
estilizado grafismo
pontua a pele
demarca as faces;

Par de profundas fendas
expressividade sentimental
contação auto-biográfica;

Rosto mapeado,
tatuado de versos,
linhas de particular história
cravadas em esculpida página-entre-parenteses;

Sinal lunar
resumo de quartos minguados
boca fechada fala:
Lê-se na brecha
das nesgas de marfim
(harmonizadas porcelanas).

Paladar experimenta versos salivados
esfregados no céu de particular mundo

sentimentos? É a carne quem os vive!

ROSA DOS VENTOS - Vanda Ferreira

Universalidade converge
Depura rosa-dos-ventos
Rumina amor em poesia

Olhos marejam
versos d'água
invisível chuva noturna
prova a grama na alvorada
O pranto da lua

Choro de alegria
fervilha vida no escuro
cantaria, danças
afinadas orquestras.

Silêncio é grado ao sol
guarda ofuscante
miscelânea do confuso
encrustação do calor
que guarda arco-íris.

GALERIA DE ARTE (pag. 45 do livro Matutações/Vanda Ferreira)

Meu tapete é o gramado
grande sala sem paredes,
galeria e arte onde assisto
espetáculos musicais,
romanes e documentários.

Duplo teto
feito de sol e lua.

Nuvens grávidas,
flutuantes desejos
explodem nos horizontes.

Olhos viajantes
perambulam cenários,
estacionam no sol.

Cortinas verdes
janelas e portas do terreiro,
descaso das cores
brechas de brancura
para refrescar a pele das plantas.

INVEJA e IRA (SETE PECADOS) - Vanda Ferreira

Há um tipo de lepra que come,
outra q bebe, outra que rasga;

Lepra que alfineta os roteiros de paz
funga a plantação de flores, mofa a fertilidade da terra.

Há o mal instalado em retorcido corpo
cunvulsivo de ira espionando o bem.

O mau sonda o bom
Portando em ambas mãos escancarado desejo de saquear;

Punhais, facões, tridentes;
rajadas sopradas de venenosas goelas
(labaredas de irises de incandescidos fornos)
tecem alastradas armadilhas
costuradas com perigosa linha de inveja,

lepra munida de sede, fome e outras incontidas ardências.
Quilométrica lingua cravada na garganta
de famintos vermes comendo vivas carnes;

Inveja lambe santas sangrias,
deposita venenos
para manter as alargadas chagas

Há tantos tipos de lepra...

ROTEIRO DA LIBERDADE - Vanda Ferreira

Ouço meu mar.
Inquietude vermelha,
trajetória de meu coração,
implode, explode
e tudo pode!

Surfar em pranchas de sonho,
navegar em barcos de matutice,
cruzar sinais de glamourosos navios
da lua repartida em meu céu.

O vento passeante,
andarilho em torno dos neurônios,
fala ao pensamento cardíaco.

Poema sinestésico - Vanda Ferreira

Som de passarinhos
é verde arvoral,
é raio de sol
hino de louvor à alvorada,
cantata de abertura para os cílio solares;

Música instrumental
é releitura humana;
poética parceria de coração e cérebro
sentimentais partituras escritas com lágrimas,
evidenciadas com sangue e sabores frugais.

o cantar humano é cenário,
construido de poderes,
produzido em campo sentimental
imaginário filme que retrata tempo,
marcos instituídos nos cinco sentidos.

Dores e alegrias,
sabores e aromas,
cores e texturas
comunhão de passado, presente e futuro
poemas de céu e terra multicores.

EU PRODUZO
VOCÊ PRODUZ
NÓS PRODUZIMOS.
SOMOS, TODOS, PRODUTORES DE LIXO!
QUAL SERÁ SUA PRÓXIMA PRODUÇÃO?
QUAL O DESTINO DE SUA PRÓXIMA PRODUÇÃO????

Vanda Fereira Poeta del Mundo

http://www.poetasdelmundo.com:80/verInfo.asp?ID=3883

PÃO

Sovo pão nos departamentos bucais;
sede da língua
fome dos dentes,
linguagem do paladar
amassa-pão,
Celeste massa!

Boca cheia cria levedada fantasia
ejeta picância à saliva
para fermentar rodeios
invasões na varanda do pensamento.

Mastigo lembranças,
imagináveis emoções
estacionadas em desconhecida alvorada;

Divagações na avenida do crânio
trânsito livre
logro do esmo
idéias viajeiras para passado,
futuro, histórias, personagens,
pessoas e lugares ,
antiga e atual mente;

Na cumbuca cerebral
fornalha assa-pães.

como pão,
untado de especiarias matinais
Trituração de sal, fel, mel
Roça e curral.

Digestão libera verdades...
sangria de conclusão.